domingo, 31 de março de 2013

URUGUAI VIVE ONDA DE PROTESTOS E VIOLÊNCIA. EM 1968...



Protestos no Uruguai, a "ilha de tranquilidade" da América do Sul

O Uruguai, pequeno e simpático vizinho do Brasil e da Argentina, vivia um momento de incerteza econômica nos anos 1960. Nisso, não era diferente de seus "irmãos". No entanto, era considerado um país mais calmo e menos agitado que seus vizinhos maiores, onde a agitação crescia mais e mais.

Pois bem, essa imagem de tranquilidade, tenha sido correta ou equivocada, desapareceu em 1968 (como não poderia deixar de ser). Em junho daquele ano, diante principalmente da alta da inflação e da crescente pobreza no país, o governo do Uruguai decretou estado de emergência. Era o que faltava para detonar uma onda de protestos, a maioria de estudantes e de trabalhadores.

Inconformados com o estado de emergência e com sua incrível duração (o estado de exceção manteve-se até 1972!), os movimentos de protesto contra as decisões do governo cresceram e tiveram como resultado mais evidente as ações do grupo conhecido como Tupamaros -- que começou com protestos menos radicais e acabou se transformando em um dos mais agressivos movimentos de guerrilha urbana da América do Sul.

Os Tupamaros passaram, a partir de 1968, a realizar sequestros de autoridades e optaram também por atentados a bomba. O grupo era eficiente e agressivo, e despertou uma reação também radical dos militares que, como no restante do continente, se transformaram no Uruguai no braço armado do combate à guerrilha.

Como resultado dessa situação, o Uruguai, que parecia ser um exemplo de democracia na América do Sul, transformou-se em palco de uma luta fratricida, que recrudesceu em 1971, quando um golpe militar tomou o poder. O combate que parecia não ter fim resultou em muitas mortes e tortura de Tupamaros, que foram duros na queda mas acabaram vencidos na "guerra suja".

Atualmente, o Uruguai voltou a ser considerado uma "ilha de tranquilidade" na América do Sul. Seu presidente da República é um ex-guerrilheiro que circula com um carro muito antigo e vive em uma casa modesta em um bairro afastado.

Mas nem o Uruguai (nem o Uruguai!) escapou de 1968...

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