sábado, 17 de novembro de 2012

The "Summer of Belgrade" showed the weakness of the Iron Curtain. In 1968...


File:JosipBrozTito.png
Tito: the dictator smashed the protests 
without the soviet "help"
The Spring of Prague, in Czechoslovakia, was a landmark specially because it was the first wave of protests against the communist power, then represented by the Soviet Union. But just after that there were another protests in East Europe, that was under the domination of the soviets: in July, in Yugoslavia, there were a lot of protests that could be known as the Summer of Belgrade (the capital of the country, that does not exist anymore, like Czechoslovakia).

Protests started in Belgrade in the night of July the 2nd and were the first manifestation of this kind since the Second World War. Students from the Belgrade University went into a strike that lasted one week, asking for social justice (something that you could not imagine at that time, since the soviets used to say that their regime was a synonimous of "social justice"). They also distributed copies of the banned magazine "Student" and protested against the economic reforms.

The protests started to spread in the country. But the eternal "president" Josip Tito was quick and showed all his political hability: went to TV and said in a speech that the students were right. Even more, negotiated with students and said that would attend some of their demands.

This posture put the country in peace again. Tito did not do what he promised to -- students were pulled out of the universities and also from the communist party. But with the "help" of the police, there were no reply for the protests. And it was not necessary to appeal to the soviet troops that, in Czechoslovakia, smashed the protest with tanks.

So, the Summer of Belgrade did not succeed. But it was also an important signal that in 1968 there was no country out of the wave of protests, even in the "soviet world". In other words, the Iron Curtain (the designation for the soviet empire) was weaker than 1968!







Depois da Primavera de Praga, o Verão de Belgrado. Em 1968!



Josip Tito
Josip Tito: o ditador "driblou" os protestos

A Primavera de Praga ficou na história como um marco da tentativa de ruptura dos países do Leste Europeu em relação ao domínio da União Soviética. Foi em 1968, como era de se prever. Mas os protestos contra a situação política aconteceram também na extinta Iugoslávia. Foi o “Verão de Belgrado”.

Os protestos se iniciaram na capital iugoslava (Belgrado) e foram os primeiros movimentos de massa no pais desde a Segunda Guerra. Foi no começo do inverno, no dia 2 de julho de 1968, que estudantes da universidade de Belgrado entraram em uma greve que durou sete dias. Eles foram expulsos pela polícia, que também reprimiu outros movimentos que aconteceram, e se concentraram então na Faculdade de Filosofia, onde promoveram debates e discursos pedindo justiça social – algo até então não visto em um “satélite” da União Soviética.

Os estudantes iugoslavos, bafejados pelos ventos que vinham de Paris e de Praga, também passaram a distribuir a revista “Student”, que estava com circulação proibida. Além disso, protestaram contra reformar econômicas que tinham sido anunciadas pelo governo, e que teriam provocado aumento de desemprego.

Os protestos começaram a se espalhar pelo país, mas o presidente Josip Tito usou de sua habilidade política para evitar uma nova Primavera de Praga na Iugoslávia. Para isso, fez um discurso transmitido pela TV dizendo que os estudantes estavam certos e dizendo que atenderia a algumas das demandas dos universitários. Dessa forma, acalmou a situação do país. Mas não fez nada do que prometeu: expulsou líderes estudantis das universidades e do Partido Comunista. Também perseguiu professores que deram apoio aos protestos.

domingo, 11 de novembro de 2012

The Doors starts to change the story of rock. In 1968...



Morrison and his unique performance
It is hard to think about a rock show and do not remember "Live at Bowl", performed by The Doors in Hollywood, in July the 5th. The year? 1968, sure.

That presentation was remarkable for a series of reasons. The performance of Jim Morrison, vocalist and leader of the band, was one of them. Controversial, involved with alcohol and drugs, Morrison was a special singer not just because of his voice but also because of his interpretation -- intense until the limit.

The show "Live at Bowl" showed The Doors at its highest level of interpretation. All the people who were there at Hollywood Bowl could not take their eyes out of the stage. The show was considered even better because that was a period of contestation and The Doors was everything except a conventional rock band.

After "Live at Bowl" the fame of The Doors and specially of Jim Morrison grew dramatically. The band started to be considered as one of the most important in the rock history.

Unfortunately, Morrison died in 1971, in Paris. It was predictable that this could happen, taking in consideration his style of life. But The Doors did not survive more than two years without him.

Anyway, The Doors and Morrison became an important reference of tha period. Thanks to a show that happened... when?... You guess!

The Doors detonam com tudo! Em 1968!



No dia 5 de julho de 1968, ou seja logo em seguida ao Dia da Independência dos Estados Unidos, um show marcou a história do rock: os Doors fizeram uma apresentação em Hollywood, chamada "Live at Bowl". A banda já existia há mais de dois anos, mas foi esse show que marcou sua ascensão a uma das maiores bandas de rock de todos os tempos.

The Doors era formada por quatro músicos, mas o grande destaque era Jim Morrison, o vocalista que com suas interpretações originais e seu comportamento, digamos, pouco convencional, atraía milhões de fãs. Nesse show no Hollywook Bowl a performance de Morrison foi especialmente inspirada e levou o público à loucura.

Para usar um termo da época, foi um show "psicodélico", ou seja, nada convencional, principalmente pelas interpretações inspiradas de músicas como "Hello, I Love You" e "When the Music is Over".

A partir desse show, The Doors ganhou fama e popularidade, apesar (ou, talvez, também em consequência) das constantes polêmicas causadas por Jim Morrison, que enfrentava problemas com alcoolismo e uso excessivo de drogas, mas era uma pessoa com inteligência e sagacidade muito acima da média, além de ser um artista especial.

O show de 1968 fez crescer muito a idolatria pelo The Doors, principalmente em uma época em que a rebeldia fazia muito sucesso. Morrison continuou envolvido em todo tipo de polêmica, aumentou ainda mais seu consumo de álcool e drogas e morreu em 1971 em Paris. A banda continuou por mais dois anos mas não se manteve sem seu vocalista e líder.

The Doors entrou definitivamente para a história do rock a partir daquele show. Em 1968, como seria de se esperar.

Em tempo: foi lançado neste ano de 2012 DVD do show histórico do The Doors em Hollywood em 1968.




domingo, 4 de novembro de 2012

Dictatorship, yes. But the press showed its guns in Brazil. In 1968!




As we said in a previous post in this blog, 1968 was the "official installation" of dictatorship in Brazil, trhough the annnouncement of "AI-5", a text that stablished that almost all was prohibited from that date (December 13th) on.

Well, the long night of terror was then installed in the country for almost 20 years and one of the main restrictions was the censorship to the press.

The violent decision shocked the country. But since the beginning the press showed that it would be a hard work to the government to "punish" the readers with no news "against" the militar power.

Already in December 14th, a few hours after the announcement of AI-5, "Jornal do Brasil", one of the most important Brazilian newspapers at that time, showed clearly that "OK, we will live with censorship but this will not be easy for them". Although the front-page was censored, some things were not noticed by the government officials.

At the front-page, in the upright, a note said just that: "Yesterday was the Blind's date". The weather report also at the front-page was different from the usual. It was summer in Brazil but the text was:


"Dark weather. Stifling temperature. The air is breathless. Strong wind devastates the country."

Despite the obvious messages, the censorship let this texts appear at the front-page of one of the most important Brazilian newspapers.

So the country was informed about the dictatorship but at the same time noticed that the control would not be total. Typical of 1968, huh?




A Censura à Imprensa já começa sendo enganada. Em 1968!



O AI-5, que instaurou oficialmente a ditadura militar no Brasil em 13 de dezembro de 1968, foi o início de uma longa noite de violência e repressão (conforme visto em post anterior neste blog).

Entre as muitas "mágicas" do AI-5 figurou a censura férrea à imprensa. Todos os principais jornais do Brasil passaram a ser censurados, assim como outros meios de comunicação como rádio e TV.

Esse ato de violência ajudou, no entanto, a incentivar uma onda de criatividade na Imprensa escrita, na tentativa de driblar a censura. E essa onda começou já no dia 14 de dezembro, quando os jornais anunciaram o AI-5. Naquele dia, o "Jornal do Brasil", editado no Rio de Janeiro e um dos mais influentes da época, mostrou de maneira clara que a censura não teria dias fáceis.

A manchete do jornal, que foi às bancas censuradíssimo, anunciava as medidas de exceção (que se tornaram regra) anunciadas pelo governo na época. Mas a criatividade ficou clara nas poucas linhas da primeira página.


Primeiro, o canto superior direito da capa do JB mostrava: "Ontem foi o dia dos cegos".

Além disso, no canto superior esquerdo, a tradicional previsão do tempo tinha um texto, digamos, pouco usual, que dizia:

"Temperatura sufocante. O ar está irrespirável. O país está sendo varrido por fortes ventos. Máxima de 38 graus no Brasília e mínima de 5 graus nas Laranjeiras". Cabe esclarecer que Laranjeiras é o bairro do Rio em que ficava um dos palácios do governo, e no qual houve a reunião que decidiu pelo Ato Institucional e o anúncio do AI-5.

Apesar da obviedade de que não se tratava de uma "previsão do tempo" nos moldes tradicionais, a censura não "captou" a mensagem embutida no texto.

O jornal foi para as bancas no primeiro dia de censura com uma crítica ao AI-5 que passou ilesa pelos censores.

Ou seja, a censura foi driblada logo no primeiro dia em que se impôs, mostrando que seria férrea mas não lá muito inteligente.

Tudo isso em 1968, como seria de se imaginar!

domingo, 28 de outubro de 2012

A very important step towards peace. In 1968...



Armas nucleares pretas adesivo redondo
1968 is well known as a year of remarkable manifestations in the streets against the war. And at that year another important step was taken toward peace: the signature of the Treaty on the Non-Proliferation of Nuclear Weapons, the NPT.

A lot of people say that NPT is useless because a lot of countries still represent a threat to the future of the mankind, using until today nuclear weapons. But the treaty was very important: it represents the first step to prevent the spread of nuclear weapons. It is true that countries like India, Pakistan and North Korea possess nuclear weapons nowadays and announce it proudly. On the other hand, important countries like the United States, Russia, United Kingdom, France and China joined the treaty.

And it is also important to remember that more countries have joined the Treaty than any other disarmament agreement. In other words, most of the world shows real concern about nuclear weapons and their proliferation.

It all started in 1968. Again...

Um marco contra a corrida nuclear. Em 1968!





Muito lembrado pelas manifestações de protesto nas ruas, 1968 teve também um marco a favor da paz: foi assinado naquele ano o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que pela primeira vez colocou oficialmente limites na corrida nuclear que então ameaçava (e até hoje ameaça) a espécie humana.

Pelo acordo, os países signatários se obrigam a não transferir armas nucleares para países que não tenham essa tecnologia. Assim, buscava evitar a disseminação dessas armas.

O tratado foi muitas vezes classificado como inútil, pois não impediu que mais e mais países optassem por armas nucleares. Mas seus mais de 100 signatários passaram a ficar sujeitos, ainda que não totalmente impedidos, de levar armas nucleares a todo o mundo.

Entre os que assinaram estão potências como Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China. Nem todos aderiram de imediato. Ao contrário, China e França, por exemplo, só se tornaram signatários em 1992. Só um país desistiu do tratado: a Coreia do Norte.

Outras nações importantes, e que vivem em estado de beligerância, não assinaram até hoje o tratado, como Israel, Índia e Paquistão.

Assim, o Tratado de Não-Proliferação Nuclear não impediu que houvesse disseminação. Mas em dúvida representou um freio na corrida nuclear. E foi assinado em 1968, como era de se esperar...




sábado, 20 de outubro de 2012

Neither the Church was out of the 1968 hurricane!



Neither the Catholic Church was out of the wind of change of 1968. At that unique year it was held the Latin American Episcopal Conference in Medellin, Colombia, that changed the pace of the church in the continent. The Church assumed then a "preferencial option for the poor", that was seen for traditional sectors of the continent elite as an "option for leftists"

In that meeting, the Church released its Liberation Theology, that among other things established the option for "poor people". It was not just a solidarity posture. Since that the year the Catholic church was actively and directly involved in social movements that opposed to the dictatorships (that at that time were present all over Latin America). Since then the Church supported the called "base ecclesiastic communities".

The bottom line of the Conference was: the Church was favorable to an active posture of the poor people in Latin America, demandind always more, from higher wages to social justice as a whole.

Since Medellin, priests and nuns participated in the creation and organization of many of social movements and some of them were also involved with "guerrillas" that were created to fight against the dictatorships.

Despite the opposition of conservative sectors of the Catholic Church, Medellin was a landmark of change. Until 1979, when a more conservative position was adopted, the "Liberation Theology" prevailed for most of bishops, priests, nuns.

It was such a change. But since we were in 1968, what would we expect?


Nem a Igreja escapou de 1968!


 O papa Paulo VI durante ato em Medellin

A Igreja Católica também viveu um momento de grande mudança em 1968, principalmente na América Latina. Naquele ano mágico foi realizada a Conferência de Medellin, na Colômbia. Seis anos antes, no Concílio do Vaticano, o papa Paulo VI já causara grande impacto com mudanças importantes na Igreja, propondo uma modernização e atuação mais próxima de todos os fiéis. A face mais visível dessa nova postura foi a celebração de missas na língua de cada país, e não mais em Latim, entre outras várias bem mais profundas, como a aproximação com outras religiões.

Em 1968, no entanto, a mudança foi mais impactante. Foi ali que ganhou força o que ficou conhecido como Teologia da Libertação que, em sua essência, dava toda ênfase à “opção pelos pobres” e à defesa dos oprimidos. Era uma mudança e tanto na América Latina,que até então convivia com uma Igreja conservadora, ligada aos mais ricos. A Teologia da Libertação colocou a Igreja “a serviço da transformação social” no continente. Essa postura aproximou uma ala expressiva da Igreja de movimentos populares, em um momento em que as ditaduras de direita prevaleciam na América Latina.

Como resultado, padres chegaram a se aproximar da guerrilha urbana que surgiu em vários países latino-americanos como reação às ditaduras. No Brasil, a repressão política teve nesses padres alguns de seus maiores alvos. Vários deles foram presos, sofreram torturas.

A semente de tudo isso foi lançada em Medellin, em 1968. A partir dali, sacerdotes e freiras se aproximaram e, em muitos casos, ajudaram a formar movimentos sociais que propunham mudanças em favor de maior igualdade social. Como propuseram os bispos na conferência, a Igreja passou a ser “pobre e despojada do poder, comprometida com a libertação de toda a humanidade e de cada ser humano por inteiro”.

O texto das conclusões da Conferência de Medellin não deixava dúvidas quanto à postura da Igreja no continente a partir de então: "O Episcopado Latino-Americano não pode ficar indiferente ante as tremendas injustiças sociais existentes na América Latina, que mantêm a maioria de nossos povos numa dolorosa pobreza, que em muitos casos chega a ser miséria humana." 

Em um ano de mudanças como nenhum outro (até então e desde então), Medellin mostrou que também a Igreja Católica iniciava o que, na época, foi considerada uma revolução.

Mas era de se esperar algo diferente em 1968?

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A revolution in the Brazilian art. In 1968...


The record "Tropicália" launched in 1968

"Tropicália" was a movement that changed art in Brazil. In 1968, you bet.

It was a movement that started with the music. It was something completely different from what existed till 1968. Before "Tropicália", the Brazilian music was divided in "protest music", songs that were against the militar regime, and "jovem guarda", romantic music with themes related to teenagers love stories.

These two kind of music were fighting each other when "Tropicália"suddenly appeared. It was something new and at the same time traditional, a mix of rock-and-roll, samba,bossa nova, bolero etc.

This new kind of music received a lot of criticism but it was a success. With new "faces" for old songs and a mixture of rythms, with a no-traditional structure, it was a surprise and spread its influence for other types of art, like painting, cinema, theatre.

It was something knew, that became a landmark in the history of the Brazilian art.

In 1968, as you expected...

Caetano e Gil a até a então desconhecida Gal Costa



Como era de se esperar, o Tropicalismo apareceu para o Brasil em 1968, o ano diferente. Começou pela música, com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes e muitos mais.
era algo totalmente novo, mas também privilegiava o antigo. Em 1967 as músicas "Domingo no Parque", de Gil, e "Alegria, Alegria", de Caetano, mostraram no festival de música popular de TV Record um tipo de música diferente, em meio a uma disputa entre a música "engajada", de "esquerda", que protestava contra o regime militar e seus efeitos, e canções "despojadas", da Jovem Guarda, com Roberto e Erasmo Carlos.
As canções de Caetano e de Gil eram completamente diferentes dessas outras duas "escolas" musicais. Não eram "políticas" no sentido tradicional, de protesto, nem "ingênuas", de amores adolescentes, como a Jovem Guarda. A "nova" música, com Caetano e Gil à frente, tinha uma poesia diferente, de fragmentos, e uma música também diferente, brasileira mas com "ousadias" para a época, como o uso de guitarras elétricas.
Essa nova música, bela e estranha para a época, lançou o Tropicalismo, que ganharia o País em 1968, principalmente com o disco "Tropicália", que reuniu vários compositores e cantores, de Caetano e Gil a até a então desconhecida Gal Costa, passando pelo maestro Rogério Duprat.
Nunca se tinha visto nada igual, nem algo tão novo na música. Além da inovação, eram resgatadas músicas consideradas de "mau gosto", como "Coração de Mãe", sucesso anos antes na voz de Vicente Celestino, então considerado um cantor "brega". Era uma mistura de baião, rock, bolero, bossa nova...
A Tropicália era tudo e não era nada. Evitava rótulos. E os discos mais conhecidos do "movimento" foram sendo lançados com sucesso em 1968 como "Louvação", de Gil, e "Caetano Veloso".
Choveram críticas, dos todos os lados. Mas a Tropicália veio para ficar. Partindo da música, influenciou o cinema, o teatro, as artes plásticas.
Em 1968, para variar...
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Letra da canção Tropicália
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés os caminhões
Aponta contra os chapadões
Meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central do país
Viva a Bossa, sa, sa
Viva a Palhoça, ça, ça, ça, ça
Viva a Bossa, sa, sa
Viva a Palhoça, ça, ça, ça, ça
O monumento
É de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde
Atrás da verde mata
O luar do sertão
O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga
Estreita e torta
E no joelho uma criança
Sorridente, feia e morta
Estende a mão
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
No pátio interno há uma piscina
Com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina
E faróis
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E no jardim os urubus passeiam
A tarde inteira entre os girassóis
Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
No pulso esquerdo o bang-bang
Em suas veias corre
Muito pouco sangue
Mas seu coração
Balança um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores
Ele põe os olhos grandes
Sobre mim
Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Domingo é o fino-da-bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai à roça
Porém...
O monumento é bem moderno
Não disse nada do modelo
Do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem
Que tudo mais vá pro inferno
Meu bem
Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da
Viva a banda, da, da
Carmem Miranda, da, da, da, da

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Japan was not out of 1968. Not really...






 Protests of students in Japan in 1968

In the other side of the world (in a Brazilian perspective), Japan also had an 1968 that was everything but calm. Also there, a wave of protests, mainly leaded by students, resulted in hundreds of people injured, a lot of shocks with the police.

In the beginning of that unique year, the first manifestation resulted in 90 people injured. At January the 18th, Zengakuren (a kind of union of students) organized a protest against the arrive of the U.S. atomic submarine Enterprise in Sasebo, Japan. The violence of repression was transmitted by TV but did not stop. At March 11th the same Zengakuren protested against the construction of an American Hospital in Tokyo. This time hundreds of people were injured in schocks with the police. Nineteen days after students ocuppied the hospital. More protest, more repression, more people injured.

In June 15th the protest of the Japanese students were in solidarity for the French students that promoted a wave of manifestation in May. That was not all. In October 9th happened the biggest protest of that year: 1 million people participated of an one-hour strike and more shocks were registered. And at October 21th a "pacific" manifestation against the Vietnam war resulted in fights with the police and hundreds of people were injured.

 So, the whole yar was unforgettable also in Japan. The country started to change and never more looked like the same. You know, we were in 1968...























No outro lado do mundo, Japão vive onda de protestos. Em 1968, claro!



Do outro lado do mundo (na perspectiva brasileira), 1968 também não foi nada calmo. Dando continuidade ao movimento que começou no ano anterior, o Japão viveu dias agitados no "ano dos protestos", principalmente por manifestações estudantis e seus confrontos com a polícia.

Estudantes em choque com a política no Japão, em 1968
Foi apenas o começo. Dia 11 de março, a mesma Zengakuren organizou grande manifestação em protesto à construção de um hospital norte-americano em Tóquio. Mais choques, desta vez com dezenas de feridos. Dezenove dias depois esse hospital é ocupado e novamente centenas ficam feridos com a desocupação a força.

Havia mais. No dia 15 de junho, uma multidão de cerca de 10 mil pessoas, a grande maioria estudantes, fecharam o centro de Tóquio em solidariedade às manifestações que haviam começado em maio na França. Novos choques, mais dezenas de feridos.

No dia 9 de outubro o protesto no Japão não foi exclusivamente estudantil. Aconteceu uma greve com duração de uma hora, da qual participaram cerca de 1 milhão de pessoas, reprimida pela polícia. Mais confrontos, mais feridos. Por fim, no dia 21 de outubro, 800 mil pessoas protestaram contra a guerra do Vietnã,. Resultado: mais repressão, mais feridos.

Como se vê, também no Japão 1968 foi tudo, menos um ano calmo. Calma, aliás, foi o produto mais raro naquele ano em que tudo aconteceu.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Germany had also its participation in 1968 wave of protests!


 Dutschke talks during protest
Germany had also a wave of protests in 1968. The students, who started a series of manifestations against the educational official policy two years before, were outraged since the assassination of Benno Ohnesorg, a leader of the movement who was killed by a policeman during a manifestation. In 1968, at Easter, there was anattempted assassination of Rudi Dutschke, another important leader of the movement.
This violence caused a lot of protests. Students all over Germany organized manifestations, and the police tried to contain them. As a result, 400 people were injured and two were killed.  The biggest protest happened in Bonn, the capital of West Germany, where 80,000 people participated of a demostrantion. One of their gurus was the philosopher Herbert Marcuse.
However, the students were not united. There were a lot of little groups but not an unity and the movement soon lost its strength. But the 1968 movement had a lot of effects for the country.  Four years later, for example, the government felt free to prevent the employment in public services of people who did not support the democratic principles. In other words, Nazis – as the student movement demanded.
The 1968 movement had also influence in the political scenario. Some of the most important ministers during Gerhard Schroder government (1998-2005) were student activists in 1968.
And people also say that the movement impacted also Pope Benedict XVI, who was professor of Theology in 1968 and reacted heavily against the students manifestation. According to this version, the movement  made the nowadays Pope even more conservative.


 

Herbert Marcuse (left, in white shirt) speak to students

Nem a Alemanha escapou de 1968!!


 Herbert Marcuse in der FU Berlin, 1968 Cop: Presse- und Informationsamt der Bundesregierung

 

 
Herbert Marcuse was regarded as the "guru of the student movement".


Em 1968, pouco mais de 20 anos depois do final da 2ª. Guerra, a Alemanha vivia um período de prosperidade econômica. A Alemanha Ocidental, entenda-se, já que naquela época o país fora dividido em dois, em linha com a Guerra Fria que então vigia – a parte ocidental era “capitalista” e a oriental, “socialista”.

Pois bem, a Alemanha Ocidental vivia um período aparentemente calmo, sob os olhares precavidos de todo o mundo, dados os antecedentes das guerras mundiais que tiveram seu epicentro no país. Mas 1968 foi 1968 em todo o mundo e os alemães não ficaram de fora do furacão.

Como aconteceu em várias outras partes do mundo, os estudantes detonaram uma onda de protestos na Alemanha.  E a reação da polícia também, em linha com o que aconteceu em outros países, foi violenta. Resultado: a Alemanha Ocidental, que parecia imune à radicalização que se espalhava pelo mundo, também viveu um período de protestos.

Essa onda, que começou dois anos antes em protesto principalmente contra a presença de ex-nazistas em algumas funções do governo, alcançou seu ponto mais alto em maio de 1968,quando estudantes e sindicatos fizeram uma manifestação de 80 mil pessoas na capital Bonn. Houve repressão à manifestação, pessoas ficaram feridas. Mas as manifestações não conseguiram ganhar força, principalmente com a falta de união entre os estudantes.

O movimento, no entanto, deixou várias marcas. Uma delas foi uma lei aprovada quatro anos depois, que determinava o afastamento do serviço público de pessoas contrárias a princípios democráticos e de liberdade (numa clara alusão aos nazistas). A herança política também foi forte: vários ministros do governo de Gerhard Schroder, primeiro-ministro do país de 1998 a 2005, iniciaram carreira política como líderes estudantis da época.

E há quem garanta que o conservadorismo do atual Para Bento XVI ganhou impulso depois da reação deles às manifestações de estudantes em 1968, na Universidade de Tubingen, onde ele era professor de Teologia.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

The Indians are coming!! Since 1968...


 
 
Everybody who is nowadays more than 40 years old remember it clearly: the Indians were always in old black-and-white movies the “bad guys”, cruel, killers, rapers.

This changed completely since (guess when) 1968. At that year a group of American Indians founded AIM (American Indian Movement), one of the most successful initiatives in the story of social movements in the U.S.

AIM was born in an environment of protests against almost everything but specially anti-Vietnam war. Taking advantage of this climate, a group created in Minneapolis this organization to address a huge list of themes like the combat to poverty, hunger and police harassment that prevailed in most of the American society against Indians.

The movement created in 1968 was a rapid success. Most of the complaints were heard after AIM showed its capacity to gain trust from the public opinion – situation that became even more clear in 1971, when gathered members from across the country to a protest in Washington The results were excellent for the protesters and since then Indians transformed themselves in one of most popular groups in the US. They take almost everything they ask for. And it is certainly a case of PR success as they always attract a lot o media for any of their many manifestations.

So the scenario changed completely for the American Indians. When did it start? 1968, sure!

Os índios passam de bandidos a mocinhos! Em 1968!


Quem tem atualmente mais de 40 anos lembra com clareza – os indígenas eram os bandidos dos filmes de faroeste, os carniceiros que chacinavam os brancos que buscavam apenas o bem dos Estados Unidos.
Hoje esse quadro é outro. Os índios passaram a ser figuras adoráveis, injustiçadas, vítimas. E essa mudança radical na imagem dos indígenas começou a ganhar (adivinhem?) em 1968. Foi naquele ano, mais uma vez, que a situação mudou, com a fundação do movimento indígena americano, conhecido pela sigla em inglês AIM. Aproveitando o clima de protestos que varreu grande parte dos Estados Unidos, os indígenas decidiram funda o movimento para conseguir soberania e ganhar direitos que até então estavam esquecidos nos Estados Unidos, assim como em vários outros países.
Apesar de ser um movimento indígena de origem urbana. Os índios que viviam nas cidades americanas eram, em grande maioria, pobres, sem-teto, perseguidos pela política. Esse cenário começou a mudar com o AIM, em 1968, com a crescente adesão ao movimento. A iniciativa ganhou adesões e mais adesões e organizou um bem sucedido protesto em Washington, capital dos EUA,  para reivindicar seus direitos.
As ações se repetiram nos anos seguintes e resultou, entre outras vitórias, programas de emprego para índios nas cidades e em reservas rurais. Desde o começo em 1968 o AIM tem usado com grande habilidade a exposição na mídia para conseguir seus objetivos. E tem tido sucesso na imensa maioria dos casos.
E tudo começou em 1968...
 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Black Wednesday, Black Friday... The long night of violence was just beginning in Brazil, in 1968.


"Black Wednesday", "Black Friday"... The violence of the confrontation police-students in June of 1968 became bigger and bigger in Rio de Janeiro.

The students organizated more and more protests since March, when one of them (Edson Luiz, read post in this blog) was assassinated by the police.

The confrontation started then and in June there was an explosion -- for the first time the policemen were "received" by the students with rocks and "Molotov cocktails" (a kind of an artesanal bomb" during a manifestation in June 19th, the "Black Wednesday". The police used more violence and a lot of people (not only students) were injured.

Two days later, the situation became even worse. Manifestations assembled more students and the repression was also bigger. Result: the "Black Friday", with 4 people killed and hundreds of injured.

The civil war looked a question of time. To add more tension to the environment it was promoted a few days later the "Manifestation of One Hundred Thousand People", with the participation of popular actors, singers, poets.

So, more than "Black Wednesday" and the "Black Friday" there was a "Black Month" during that period. It was like an advice of what came in December -- the dictatorship lost its "shame" and was installed at the end of the year. Of 1968, as you could expect...

A sexta-feira sangrenta. Jornal do Brasil: 22 de junho de 1968.


The newspapers highlighted the violence of the "Black Friday"

"Quarta-Feira Negra", "Sexta-Feira Negra"... E a maior escuridão se aproximava.





Junho terminava em 1968 e no Brasil, como no restante do mundo, o clima de tensão crescia. Os protestos estudantis incomodavam cada vez mais o regime militar, principalmente depois da morte do estudante secundarista Edson Luiz, em março, depois que policiais reprimiram com violência uma manifestação estudantil. (veja post neste blog).

Em junho, a tensão parecia ter chegado a seu ponto máximo quando aconteceu a “Quarta-Feira Negra”, no dia 19, seguida dois dias depois pela “Sexta-Feira Negra”.  A  violência da polícia contra manifestações estudantis resultou em dezenas de feridos e muitas prisões na quarta-feira. Na sexta, um confronto  ainda mais violento com a polícia resultou na morte de quatro estudantes. Outras 20 pessoas foram baleadas e centenas ficaram feridas como resultado dos choques.

Na quarta-feira e logo depois, na sexta,  a polícia usou a violência como nunca até então. Desde a morte do estudante Edson Luiz três meses antes os protestos cresceram e a reação dos estudantes também. Na “Quarta-Feira Sangrenta” pela primeira vez policiais foram “recebidos “com pedras e coquetéis Molotov (uma espécie de bomba de fabricação caseira) e em resposta aumentaram a violência na repressão às manifestações. Os estudantes tentaram ocupar o prédio do Ministério da Educação e Cultura e foram reprimidos pela polícia. O tumulto se espalhou pelo Centro do Rio de Janeiro.

Como se não bastasse,dois dias depois os estudantes organizaram uma passeata ainda maior, que teve como trágico balanço a morte de quaro deles.

E para culminar, em um cenário de tanta violência, aconteceu no dia 26 a “Passeata dos Cem Mil”, em que uma multidão calculada em 100 mil pessoas fez a maior manifestação contra a violência policial e em protesto contra o governo. Desta vez a manifestação contou com o apoio de um grande grupo de artistas conhecidos, intelectuais, líderes sindicais...

Foi, enfim, uma “Semana Negra”. Que mostrou à opinião pública, explicitamente,que a repressão seria para valer. E que culminou com o Ato Institucional no. 5, que instaurou oficialmente a ditadura no Brasil e deu início aos “anos de chumbo”.

Em 1968, como era de se esperar...


 

A sexta-feira sangrenta. Jornal do Brasil: 22 de junho de 1968.

Manchete do Jornal do Brasil sobre a “Sexta-Feira Negra”

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

The moon was near as never before. In 1968!





EARTH ABOVE HORIZON OF THE MOON, SEEN FOR THE FIRST TIME





The man stepped on the Moon for the first time in 1969. But in 1968 became clear that be in the Moon was just a matter of time.

The Apollo 8 mission was responsible for this feeling that Moon was near to the mankind. In December three American astronauts came as close as never to the Moon. The spacecraft navigated in the lunar orbit for the first time and showed images through TV and photos of the Moon and of the Earth.

The mission was decided in a hurry. At that time the space was one of the main places were US and Soviet Union was fighting in the Cold War battle. It was a priority for both to be the first to arrive in the moon. And soviets seemed to be leading this battle since 1961, when Yuri Gagarin was the first man sent to space.

But US decide the Moon should be its main victory. And decided to send quickly, in December of 1968, the Apollo 8 mission with three astronauts: Frank Borman, James A. Lovell and William A. Anders. Despite of the run, the mission was a big success -- the images of the Moon so close and of the Earth so far attracted people all over the world with records of audience for the TV for example.

The images were beautiful and also sent two messages: the US took the leadership in the "battle of the space" and the Moon was close, very close.

It was a landmark. And happened in 1968, as usual...






Image of Lunar Surface from Apollo 8 Live Television Transmission