Francisco Franco também não resistiu a 1968. |
Francisco Franco governou a
Espanha com mão de ferro durante 36 anos (de 1939 a 1975). Mas nem ele escapou
de 1968, o ano em que tudo aconteceu.
Franco contava já quase 30 anos
no poder quando, em 1968, teve que tomar uma decisão a contragosto: aceitou a
independência da Guiné Equatorial, que há anos estava sob o domínio da Espanha.
A decisão significou que Franco teve que ceder à pressão das Nações Unidas, que
praticamente obrigou-o a tomar a atitude.
Foi um fato que surpreendeu,
partindo de um ditador que até então não admitia pressões e que tomava suas
decisões sem dar satisfações. Na época, comentou-se que “Franco piscou” – ou seja,
fraquejou. Como se não bastasse, no mesmo ano ele teve que encarar greves na
Espanha, o que era impensável em um regime que se notabilizou pelo uso da força
contra manifestações sociais.
Mas em 1968 tudo podia
acontecer. E a partir daí, Franco mostrou que estava perdendo prestígio e
poder. Em 1969 ele anunciou o princípe Juan Carlos de Borbón como seu sucessor,
ou seja, admitiu que não só deixaria o poder, como também que já havia
substituto para seu cargo. Passaram-se mais cinco anos e ele renunciou como
primeiro-ministro, mantendo-se como chefe militar. E em 1975, Franco morreu,
doente e com muito menos poder do que já tivera.
Ninguém resistiu a 1968. Nem
Francisco Franco!
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