As Olimpíadas de 1968 aconteceram na Cidade do México. E como quase tudo o mais que aconteceu naquele ano, foi diferente de todas as demais edições dos Jogos Olimpícos.
A poucos dias do início das Olimpiadas, por exemplo, estudantes e professores universitários entraram em greve no México. Dez dias antes da abertura dos Jogos, a polícia reprimiu as manifestações atirando contra milhares de pessoas e, como resultado, matou centenas de jovens.
Além disso, foi nas Olimpíadas de 1968 que se registrou o protesto mais conhecido de atletas que participaram de competições desse nível. Depois de uma prova de atletismo (200 metros livres), dois negros americanos protestaram no momento de receber as medalhas: Tommy Smith ganhou a medalha de ouro e John Carlos ficou com a de bronze, mas o que marcou foi que, no pódio, vestiram luvas negras e ergueram os punhos cerrados, num movimento típico dos Panteras Negras (grupo que surgira anos antes nos Estados Unidos para protestar contra o racismo).
Além disso, os dois atletas receberam as medalhas descalços, em protesto contra a pobreza dos negros americanos. E para completar, o australiano Peter Norman, que ganhouj a medalha de prata, estampou em sua jaqueta um adesivo em favor dos direitos humanos.
Foi um escândalo. A imagem foi mostrada em todo o mundo e teve impacto imediato. O Comitê Olimpíco suspendeu os dois atletas e o Comitê Olimpíco dos Estados Unidos tirou as medalhas e mandou os dois de volta para casa. Mas era tarde. A atitude ficou como a maior marca dos Jogos de 1968.
O protesto enfureceu o membro do Comitê Olímpico Norte-americano (Foto:Cedoc/RAC)
close
|
Tommie
Smith e John Carlos protestam após prova dos 200m nas Olímpiadas de 1968
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário