"Hair" foi uma peça de teatro que se transformou em marco da contracultura. Estreou na Broadway em 1968 -- é claro -- e foi um sucesso imediato que ganhou o mundo: ganhou montagem em outras cidades dos Estados Unidos e em Londres, por exemplo.
A peça era um musical, ou "rock musical", com belas canções como "Age of Aquarius" e "Good Morning, Sunshine", entre várias outras. Mas ganhou fama avassaladora por tratar de maneira inédita e ousada tudo o que servia como base da contracultura: liberdade sexual, uso de drogas, protestos contra a Guerra do Vietnã. E havia a famosa cena de nudez no final do primeiro ato, que foi um dos principais motivos do sucesso de público da época.
No Brasil, "Hair" ganhou sua versão em 1969, se não me engano. Fui ver a peça em um teatro que ficava no bairro de Bexiga, em São Paulo, tradicional zona teatral da cidade. Foi um sucesso tão grande que o teatro passou a ser chamado de "Aquarius".
A peça era de tirar o fôlego. O ritmo era alucinante e se falava sem parar sobre sexo, drogas, liberdade, movimento hippie... Tudo isso embalado por músicas igualmente diferentes, bonitas, chocantes.
Quando fui ver pela primeira vez, não acreditei. Ainda mais que na cena final os atores convidavam os espectadores para subir ao palco para cantar com eles "Let the Sunshine In". Era, literalmente, enlouquecedor para uma plateia tradicional como era (em sua maioria) o público paulistano.
Para completar, "Hair" marcou a estreia de gente que se tornou famosa, como Sonia Braga, Antonio Fagundes, Nuno Leal Maia, Tamara Taxman e muitos outros. Com a presença de atores já "consagrados" e igualmente excelentes como Armando Bogus, Aracy Balabanian (quem diria!) e Altair Lima, que também foi o produtor.
"Hair" foi a cara de 1968 -- chocante, intensa, diferente, fascinante. Não poderia mesmo ter começado a fazer sucesso no mundo em outro ano.
Esse 1968...
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