1968 foi tão impactante
e abrangente que nem a China escapou. Foi em 68 que Mao Tsétung, o líder da
revolução que levou os comunistas ao poder no país em 1949, consolidou seu
poder, tornando-se o comandante depois de um processo de expurgo que tinha
começado em 1966.
Para vencer seus opositores dentro do Partido Comunista
Chinês, Mao arrebanhou milhões de jovens para o que ele chamou de Revolução
Cultural. O resultado foi o afastamento, muitas vezes violentos, de todas as alas
que se opunham a Mao no PCC, tanto os “direitistas” quanto os “ultra-esquerdistas”.
Os jovens adotaram com entusiasmo a “cartilha” de Mao,
conhecida como Livro Vermelho, que defendia o socialismo e exigia fidelidade ao
governante. Formaram-se os “comitês
revolucionários”, formados por camponeses, estudantes, militares e agricultores)
que tomavam o poder nas províncias mesmo que fosse à força, muitas vezes
condenando (e executando) os que eram considerados opositores a Mao.Com a
Revolução Cultural, a China fechou-se completamente ao Ocidente. Qualquer
suspeito de ser contrário a Mao era condenado pelo movimento muitas vezes com a
morte.
O auge das ações dos comitês revolucionários aconteceu em
1968. Os expurgos, além de significar punição aos “inimigos”, muitas vezes
levavam os acusados às ruas carregando cartazes com frases humilhantes. Muitos
deles foram também linchados em praça público.
Com todas essas ações, Mao tornou-se um “deus” na China:
passou a ser considerado não só o comandante da “verdadeira” revolução, como
também um guia para quem quisesse alcançar a felicidade pessoal. Esse status se manteve por oito anos, quando
Mao morreu. A partir daí houve uma gradual abertura, com o país se abrindo
principalmente do ponto de vista comercial para o Ocidente.
Mas 1968 marcou também a China. E como haveria de ser
diferente?
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