quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A QUEDA DOS "HERÓIS DA RESISTÊNCIA". EM IBIÚNA!


Em outubro de 1968 o Brasil, como o restante do mundo, viva sob tensão. Muitas manifestações tinham acontecido contra o governo de então no País,  com forte repressão da polícia, reproduzindo o que vinha acontecendo em muitas outras partes do mundo.
E eis que, apesar de todos esses pesares, a então forte e mobilizada União Nacional de Estudantes resolveu fazer um congresso, contrariando a legislação de então. O local escolhido foi a pequena cidade de Ibiúna, próxima de São Paulo mas com nada mais que 5 mil habitantes.
A UNE optou por realizar o congresso em um sítio que ficava no município, para ficar longe dos olhos da polícia, que àquela época parecia ter milhões de olhos. Mas foi um desastre – a organização foi falha, os estudantes deixaram vários “rastros” de que algo anormal acontecia naquele sítio, despertando a desconfiança dos vizinhos.
Um deles avisou a polícia e o resultado foi que quase mil estudantes foram presos de uma só vez, em uma grande operação policial. A cena da prisão em massa mostrou claramente que a repressão era para valer. Ainda mais porque entre os presos estavam os três principais líderes estudantis da época: Luís Travassos, Vladimir Palmeira e José Dirceu (ele mesmo!).
Foi  um choque para a opinião pública, ainda mais porque os três eram procurados pela polícia havia meses e vinham conseguindo burlar os sucessivos cercos policiais – o que os elevou à categoria de “heróis da resistência”.
Tudo isso acabou com o fim prematuro do congresso de Ibiúna. José Dirceu chegou a prever na época da prisão que em um mês tudo seria resolvido e o congresso da UNE aconteceria em outro local.
Ledo engano. O trio de líderes estudantis ficou preso no Presídio Tiradentes, na capital paulista.
O episódio serviu para trazer à luz os três líderes estudantis que viviam se esquivando da polícia. Mas marcou mesmo para a opinião pública como uma demonstração inequívoca de que o governo usaria mão de ferro contra a contestação. Postura que ficou explícita de uma vez dois meses depois, em dezembro, quando o AI-5 “instaurou oficialmente” a ditadura.
Em 1968, é claro!







ESTUDANTES SÃO LEVADOS EM CAMINHÃO DO EXÉRCITO PARA A PRISÃO EM SÃO PAULO

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