terça-feira, 18 de junho de 2013

1968 = 2013? NO BRASIL, PARECE QUE SIM!

O Brasil vive uma onda de protestos que cresce a cada dia. Multidões cada vez maiores e cada vez mais espalhadas pelo País protestam. Contra quê? Contra tudo! No início eram as passagens de ônibus. Agora é contra políticos, tentativa de cercear o Ministério Público, repressão policial, por mais saúde, por mais educação... E por aí vai.

Não dá a sensação de já ter visto esse filme? Dá, sim. Lembra 1968. Claro que em dimensões muito menores, porque o movimento é restrito ao Brasil. Mas que lembra a movimentação de Paris há 45 anos, lá isso lembra.

É muita gente na rua protestando. E contra tudo. Como em 1968 em Paris. E o movimento pegou todos de surpresa -- polícia, exército, governo, Congresso, mídia... Exatamente como em 1968 em Paris.

Só não dá para comparar com o 1968 no Brasil. Daquela vez, havia mesmo muitos protestos nas ruas. Mas estavam menos espalhados pelo País e, mais importante, tinham um caráter eminentemente político. Era a luta contra a ditadura. Ao contrário do que aconteceu em Paris naquele ano, no Brasil 1968 foi principalmente de protestos políticos. Na capital francesa era também isso, mas muito mais. Era a imaginação no poder, o proibido proibir. Ou seja, bem mais parecido com o que está acontecendo agora no Brasil.

Só se espera que o resultado dessa onda de protestos não seja o mesmo de 1968. Naquela vez, o ano se encerrou sob o AI-5, o recrudescimento da ditadura que levou muitos à prisão, à tortura e à morte. Agora, a torcida é que para a história não se repita. Tudo indica que não se repetirá, mas da maneira como está crescendo o movimento, nada pode se afirmar.

Será que 1968 só chegou de verdade agora ao Brasil?

2 comentários:

  1. Acho justo os jovens manifestarem seu descontentamento e sua indignação por certas coisas - ou todas ao mesmo tempo. Afinal, também passamos por isso há décadas, só que lutávamos pelas liberdade individuais. Hoje, eles têm isso, tanto é que ocuparam as avenidas de várias cidades. Prefiro vê-los protestando nas ruas, que isolados e passivos diante de redes sociais e videogames, aceitando tudo o que acontece. Todos nós também estamos indignados com algo neste país. Só que não tivemos força de mobilização para levar nosso descontentamento às ruas. O país não passa por uma ditadura nem vive uma crise séria; parece estar no rumo certo. Só que precisa corrigir um monte de coisas, como impunidade, corrupção, destinação do dinheiro público, entre outros. Vi poucos cartazes protestando contra a violência urbana, corrupção e gastos desenfreados do governo. Espero que esses movimentos desemboquem num saída pacífica e que a população não se vire contra ele - como tudo, tem um limite e é preciso saber encontrá-lo. Até o momento, ela tem apoiado essa espécie de grito entalado na garganta. Por mais multifacetado que seja o movimento, acho que vai servir de um alerta aos políticos e influenciar nas próximas eleições. Espero que essa mobilização sirva para algum avanço social em nosso país!

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  2. Caros Theo e Ricardo!
    À primeira vista fiquei estupefata. A maneira como a mídia fez a cobertura das duas primeiras manifestações em São Paulo, dava a impressão de se tratar de um movimento descoordenado, com baderneiros infiltrados intencionalmente. Confesso, me passou pela cabeça a possibilidade de haver interesses outros, por trás do movimento, numa tentativa de desviar nossa atenção para os desgovernos que assolam o país. A falta de segurança nas ruas com assaltos a mão armada em cada cruzamento, nos congestionamentos de toda a cidade. Uma barbárie na qual a vida se tornou tão banalizada que queimar pessoas passou a ser diversão para alguns. Mas aos poucos, esses jovens, vêm se impondo, e não apenas os jovens, apesar de serem a maioria, pedindo um movimento pacífico dentro da ordem e respeito ao patrimônio, que é nosso posto que é público.É ampla a lista das insatisfações: dinheiro para a saúde (porque o que temos até agora é dinheiro para a doença). Dinheiro para a educação. Um controle maior sobre as faculdades que brotam dia a dia, em cada esquina, por todo o país e de intenção dúbia.
    Educação saúde e estrutura familiar são pilares básicos para uma sociedade adquirir consciência política e de pertencimento à terra que acolhe o cidadão. Mas ainda há mais, reivindicam transparência nos custos e consequentemente gastos públicos. Ah! possivelmente todos nós quiséssemos ver essa transparência também, não é mesmo? Como gostaríamos de ter muitos magistrados "Joaquim" no Supremo, com sua lisura, integridade e coragem. Transparência e lisura no Senado, no Congresso nos Tribunais de contas...
    Como estão/vão ficar os condenados do mensalão? E os reais responsáveis pela ideia? Irão realmente pagar por suas ações? E os valores serão "sequestrados" pela justiça que dará destinos digno a eles na educação, saúde, qualidade de vida, trabalho ao povo?
    Creio que tudo isso e muito mais, esteja na cabeça desses jovens que idealizaram o movimento.Me alegra que haja jovens com tal nível de comprometimento social e consciência política nacional, tomando gosto pelo exercício da verdadeira política, engajados no real crescimento de nosso país. Espero que não haja por trás deles, aproveitando-se do seu idealismo nenhum partido mal político, oportunista a conduzi-los. Confesso, no entanto, Theo que anterior ainda a 1968, me vêm à mente a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que culminou com o golpe de 1964 em primeiro de abril.
    Abraço meu amigo!
    Marisa Nieri de Toledo Soares

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