terça-feira, 25 de junho de 2013

THE MARCH OF 100 THOUSAND COMPLETES 45 YEARS! AND IS STILL PRESENT IN BRAZIL...


The March of 100 Thousand: a big success that alerted the dictatorship





The strongest image of 1968 in Brazil is the "March of 100 Thousand People", that happened in Rio de Janeiro exactly 45 years ago (in June 26). The manifestation against the dictatorship was the biggest and most remarkable of that period.

Before that march, there were other similar manifestations, but none of them were so big and caught so much attention from the media. The presence of artists reinforced the coverage of that manifestation, that showed clearly how part of the Brazilian society was against the militar dictatorship.

More than 10,000 policemen were "watching" closely the manifestations but there were no shocks. The results came later -- in July all the manifestations were prohibited in the country. And even worse, in December the government announced the "AI-5", a series of decrees that closed the Congress, established the censorship for the press and restricted the human rights.

Anyway, the March of 100 Thousand became the most emblematic event of 1968 in Brazil. And it is remembered on and on, specially at that time, when manifestations in the streets against the government are been promoted all over the country.

PASSEATA DOS 100 MIL COMPLETA 45 ANOS! E ATÉ HOJE ECOA NO BRASIL!



A passeata dos 100 mil, um grande sucesso


Amanhã (26/6) faz 45 anos que aconteceu a "Passeata dos 100 Mil", a maior e mais impactante manifestação de rua do agitado ano de 1968 no Brasil. E este blog que trata do "ano que mudou tudo" completa um ano.

A Passeata dos 100 Mil impressionou pelo tamanho da manifestação (na época, a população do Brasil era menos da metade da atual) e por sua repercussão. Aconteceu depois de uma série de outras manifestações, que tinham sido reprimidas pelo polícia. Mais de 300 pessoas já haviam sido presas. Mas desta vez a ditadura permitiu a manifestação, que foi um sucesso para os organizadores -- a multidão parecia não ter fim e a presença de artistas garantiu o destaque da marcha na mídia.

Foi um protesto pacífico, sem violência, acompanhado de perto por 10 mil policiais. Começou por volta das 14 h daquele 26 de junho e em uma hora o número de participantes dobrou. Foi um impacto.

Evidente que a ditadura não gostou. Um mês depois foram proibidas todas as manifestações públicas e em dezembro veio o golpe final: o AI-5, em que caiu a máscara e a ditadura foi "oficialmente" implantada.

Nestes dias de tantas manifestações de rua pelo Brasil, a Passeata dos 100 Mil voltou a ser lembrada. E reforçou sua importância -- com o tempo, ela passou a ser a manifestação mais emblemática do conturbado ano de 1968 no Brasil!


quinta-feira, 20 de junho de 2013

BRAZILIAN PROTESTS ALREADY CHANGED THE COUNTRY. SIMILAR TO MAY 1968...



Brazil has already changed with the street manifestations agains almost everything, that are still happening all over the country. The transports fare, that was the main theme of the protesters, was announced yesterday by the government. But there is still a vast roll of things asked by the Brazilian people.

Anyway, the movement comes now to its most important moment: what next? The trend is to have less and less manifestations, even with a lot of things to complain about the government. And the main mistake in this case is to say that the movement "achieved nothing". This vision is wrong. Brazil is already another country.

This wrong analysis was also made about May 1968 in France. Then, despite of all the protests that paralyzed the country, there was a presidential election in July and Charles De Gaulle, one of the aims of the manifestations, won and won easily. So some people said that "all the movement was for nothing". But this is a blind observation. It is easy to verify that not just France, but the world changed a lot after May 1968, in several areas like politics, economy, behavior, entertainment.

Nowadays in Brazil the situation is similar. All the movement that started at the beggining of June already changed Brazil completely. It is soon to say what is the face of this new country. But there is no doubt that we are living in a new nation. And that, for sure, is very good news!

JÁ TEMOS UM NOVO BRASIL DEPOIS DAS MANIFESTAÇÕES. ASSIM COMO ACONTECEU NO MAIO DE 1968...


Manifestante dá seu recado. E o Brasil já está mudando!


As manifestações que ainda tomam as ruas em vários pontos do Brasil chegaram a seu momento mais importante: o que virá a seguir? A principal reivindicação dos movimentos -- redução das tarifas de transporte -- foi atendida. Há muito mais bandeiras, de protestos contra a corrupção a pedidos de impeachment da presidente da República. Mas o primeiro clamor foi atendido.

Então, fica a pergunta: e agora?

Não se pode cair na tentação de dizer que toda essa movimentação "deu em nada", até porque os protestos continuam. Esse é o argumento de muitos dos que analisam, por exemplo, a ampla mobilização de 1968. Naquela ocasião, argumentam alguns, foi feito muito barulho (em nível planetário) com pouco resultado. Tenta-se reforçar esses argumentos lembrando que, depois de tantos protestos nas ruas de Paris e em outras cidades da França, aconteceu uma eleição presidencial e Charles De Gaulle, o conservador tão atacado pelos manifestantes, ganhou com folgada maioria.

É fato que De Gaulle ganhou a eleição sem sustos e que o resultado foi uma grande surpresa diante de tantas manifestações, que incluíram quase sempre entre suas principais reivindicações a queda do governo dele. No entanto, basta um olhar mais acurado sobre as consequências do Maio de 1968 para verificar que não só a França, mas o mundo todo mudou depois daquela onda de protestos. E mudou na política, nos costumes, na cultura, na economia...

Então, é um erro dizer que o que ainda está acontecendo no Brasil "não vai dar em nada". Já deu em alguma coisa, como mostra a redução das tarifas. Mas irá muito mais além, com certeza. Até onde vai, é cedo para saber. No entanto, seus efeitos serão certamente amplos, abrangentes.

O Brasil já mudou depois deste junho de 2013. E vai mudar muito mais. É só esperar para ver!

terça-feira, 18 de junho de 2013

IN BRAZIL, 1968=2013 !!!

Is 2013 repeating 1968 in Brazil? Well, not exactly, but is very similar. We are living in Brazil a situation of bigger and bigger protests in the streets, with thousand of people all over the country protesting against everything: prices of buses fare, politicians, Congress, government (in all levels), lack of resources for education and health...

Remember 1968 in Paris, does not it? A movement that grows everyday, with young people in the streets protesting. And it is not just a political movement, as happened in Brazil in 1968. Then there were also thousand of people in the streets, but the protests were more in São Paulo and specially Rio de Janeiro and it was just a political protest, against the dictatorship.

Now, it is completely different. We could not say that the movement we are living is just political. It is much more than that. Just like Paris, 1968.

We just hope that this time the final result of all this protests would be completely different from 1968 in Brazil. At that time, the dictatorship reacted and became even more cruel. This time, it does not look like that this will happen again. But it is impossible to say what will be the results.

The only conclusion is that Brazil will not be the same after all this protests. Like the world, after 1968...

1968 = 2013? NO BRASIL, PARECE QUE SIM!

O Brasil vive uma onda de protestos que cresce a cada dia. Multidões cada vez maiores e cada vez mais espalhadas pelo País protestam. Contra quê? Contra tudo! No início eram as passagens de ônibus. Agora é contra políticos, tentativa de cercear o Ministério Público, repressão policial, por mais saúde, por mais educação... E por aí vai.

Não dá a sensação de já ter visto esse filme? Dá, sim. Lembra 1968. Claro que em dimensões muito menores, porque o movimento é restrito ao Brasil. Mas que lembra a movimentação de Paris há 45 anos, lá isso lembra.

É muita gente na rua protestando. E contra tudo. Como em 1968 em Paris. E o movimento pegou todos de surpresa -- polícia, exército, governo, Congresso, mídia... Exatamente como em 1968 em Paris.

Só não dá para comparar com o 1968 no Brasil. Daquela vez, havia mesmo muitos protestos nas ruas. Mas estavam menos espalhados pelo País e, mais importante, tinham um caráter eminentemente político. Era a luta contra a ditadura. Ao contrário do que aconteceu em Paris naquele ano, no Brasil 1968 foi principalmente de protestos políticos. Na capital francesa era também isso, mas muito mais. Era a imaginação no poder, o proibido proibir. Ou seja, bem mais parecido com o que está acontecendo agora no Brasil.

Só se espera que o resultado dessa onda de protestos não seja o mesmo de 1968. Naquela vez, o ano se encerrou sob o AI-5, o recrudescimento da ditadura que levou muitos à prisão, à tortura e à morte. Agora, a torcida é que para a história não se repita. Tudo indica que não se repetirá, mas da maneira como está crescendo o movimento, nada pode se afirmar.

Será que 1968 só chegou de verdade agora ao Brasil?

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Iugoslávia teve seu "Maio de 1968". Em junho...


O ditador Tito dialogou com estudantes depois do 1968 de Belgrado

A onda de protestos que marcou 1968 não se restringiu em Paris. De fato, na antiga "cortina de ferro" (como se chamava o grupo de países sob o domínio da União Soviética) começaram a aparecer "filhotes" de movimentos como os de Praga, então capital da Checoslováquia. No dia de 2 de junho, foi a vez dos protestos na antiga Iugoslávia, em Belgrado (então capital do país).

Naquela noite, estudantes começaram a protestar contra a falta de ingressos para um show musical e o movimento se transformou em uma marcha de protesto contra o ensino e o governo até então onipotente do ditador Josip Tito. A polícia reprimiu as manifestações com violência e estudantes ficaram feridos.

A reação policial, no entanto, gerou ainda mais protestos e marchas tomaram as ruas de Belgrado, com os estudantes gritando palavras de ordem contra a corrupção do governo e pedindo liberdade. Resultado: mais repressão policial, dezenas de feridos e centenas de prisões.

O dia seguinte amanheceu com Belgrado em calma. Os jornais, sob férrea censura, deram pouca importância aos protestos. Mas o movimento continuou -- na Universidade de Belgrado, rebatizada pelos estudantes como "Universidade Karl Marx", dezenas de faixas exigiam desde reforma do ensino até liberdade de expressão. Os protestos se espalharam para outras cidades da Iugoslávia, como Sarajevo.

O ditador Josip Tito teve que dedicar uma semana de seu tempo para dialogar com as lideranças estudantis e ao final concordou em fazer mudanças na política educacional. O "Maio de 1968" mostrava seu lado também em outros países da Cortina de Ferro.

E em Paris, o Quartier Latin continuava fervendo com protestos dos estudantes e trabalhadores!

1968 reached even Yugoslavia, despite of the Soviet Union domination


The dictator Josip Tito had to negotiate with students


The former Yugoslavia was under the the Soviet Union severe laws in 1968. This meant that there could be no manifestations at all against the government (in fact there could be no protest at all). But since we were in 1968 and Prague had already had its protests (despite of the fact that Checoslovakia was also under the Soviet Union restrictions), there was a "May 1968" in Belgrade, the capital of Yugoslavia -- in fact it was a "June 1968", with a lot of protests.

The wave of protests started in the night of June 2 with a clash between the students and the police. The protests began with students trying to watch a concert for which there was not enough tickets. They started to protest and the police interviened with violence, causing injuries. As a result, thousands of students marched to downtown and during the march there were more conflicts with the students. Hundreds of people were arrested and more than 100 students were injured.

Next day, the streets of Belgrade seemed calm and cool. But things were not as calm as the government woulk like to. On June 4 the Student Assembly renamed the Belgrade University as "The Red University of Karl Marx" and there were slogan-bearing banners in its buildings with phrases like "Down with the corruption". The protests also prompted similar actions in other cities of the country like Zagreb and Sarajevo.

It was the biggest protest movement in the country since the end of the World War II. Tito, the dictator of Yugoslavia for decades, made arrangements and the protests were over. But it took him a week to make this and he had to made concessions to the students.

And in Paris, "May 1968" was still burning, specially in protests in the Quartier Latin...