quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A noite que durou décadas


O ministro da Justiça, Gama e Silva (à esquerda), e 
o locutor Alberto Curi anunciam o AI-5 no 
salão principal do Palácio Laranjeiras
A noite do dia 13 de dezembro de 1968 durou décadas no Brasil. Foi nessa data que o governo militar anunciou o Ato Institucional número 5 (o fatídico AI-5), que instaurou para valer a ditadura que perduraria até meados dos anos 1980.
O AI-5, em resumo, proibiu tudo: o Congresso foi fechado, mandatos foram cassados, liberdades individuais deixaram de existir. A lista de proibições não tinha fim. O governo passou a ter o direito de cassar mandatos, suspendeu direito de habeas corpus para “crimes políticos” e aconteceram centenas de prisões, de ex-presidentes da República que nada tinham de “esquerdistas”, como Juscelino Kubitschek, a ativistas políticos. A Imprensa, claro, passou a ser censurada.
A ditadura, que vinha tentando se manter “soft” (se é que é possível se imaginar uma coisa dessas) desde 1964, quando os militares derrubaram o então presidente João Goulart, deixou a máscara cair de vez. As esparsas esperanças de redemocratização ruíram e adveio a longa noite em que oBrasil conviveu com uma ditadura, vamos dizer assim, “de fato”.
O AI-5 deu salvo-conduto à repressão política e à tortura, que se espalhou principalmente a partir de 1970. Um aparelho de repressão foi montado e sua virulência fez centenas de vítimas.
Há muito o que falar sobre esse ato tristemente famoso. Este blog fará alguns posts sobre o assunto. Mas sem dúvida foi o marco, o ponto de inflexão da curva que levou o Brasil a um período muito triste de sua história. Não por coincidência, em 1968...

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