quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Portugal: revolução e queda da cadeira


Em Portugal, a grande mudança, a "revolução", começou em 1968 com uma mera queda de uma cadeira de lona. No dia 3 de agosto, Antonio de Oliveira Salazar deitou nessa cadeira mas caiu, bateu a cabeça e comprometeu sua saúde para o resto de seus dias. Ele não se sentiu bem depois da queda mas, como era costume em seu governo, a notícia foi  mantida em segredo.Nem seu médico particular soube da queda no dia -- apenas três dias depois foi informado e só no dia 4 de setembro seu mais famoso paciente lhe disse que não se sentia bem. Dois dias mais tarde, apresentando piora, Salazar foi levado a um hospital, onde foi operado no dia 7 de setembro.

Com diagnóstico incerto, que variava de trombose cerebral a hematoma intracraniano,Salazar não melhorou com a cirurgia. E no dia 27 de setembro é substituído por Marcello Caetano. Não resistiu mais que dois anos e morreu em 1970.

Marcello Caetano ainda tentou a princípio manter a ditadura, em vão. A morte de Salazar foi o fim da ditadura.Problemas graves com as colônias somaram-se a reivindicações por mudanças dentro de Portugal e veio a Revolução dos Cravos em 1974, que mudou para sempre o país e o levou à democracia que permanece até hoje.

Portugal é um país único, com um povo único (como todos nós, brasileiros, estamos cansados de saber). E isso ficou evidente mais uma vez em 1968. O país começou a mudar radicalmente naquele ano, mas de uma maneira própria, original, quase casual. Foi uma queda de cabeça de um regime, que levantou o país.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Portugal started a revolution in 1968

Antonio Salazar and the
"Carnation Revolution" that put the dictatorship down

 Portugal had a different year in 1968, like most of the countries. But the reasons were completely different. Portugal is a unique country, as all we (Brazilians), know.

In 1968 the country completed 35 years of dictatorship behing Antonio de Oliveira Salazar. Despite all this time, there were no manifestations in the street against the government, no union movement, no protests. But a fall from a chair changed this scenario.

On August the 3rd, Salazar was at home and tried to sit in a chair. But he felt and his head was seriously injured. He expected three days to communicate about the ache he was feelling. The diagnosis was not favorable to the dictator: he had serious consequences of his fall and his brain suffered with the accident. Two days later, feeling worse, Salazar went into a hospital and was operated on September the 7th.


The surgery was not well succeeded and with the health very weak Salazar leaved for the first time in decades the command of Portugal -- to never get back. He and his doctors were not able to solve his health problems and he was replaced by Marcello Caetano. Two years later he died, in 1970.

Marcello Caetano tried to maintain the dictatorship, but was in vain. Salazar death was also the death of the regime. With problems in its colonies and social demands growing and growing, the country faced the "Carnation Revolution" in 1974, that resulted in the implantation of democracy -- who is still the regime until today.

So Portugal, in its unique way, started a revolution that changed the country forever. No shocks of students against the police, no "flower power", no union manifestations. It started in 1968, as in the whole planet. But with a fall from a chair...


The military government announced the AI-5



The night of December 13th 1968 in Brazil lasted for decades. At that night, the military government announced the AI-5 (Institutional Act #5) that in few words could be defined as the official installation of dictatorship in the country. The Congress was shut, hundreds of people were arrested with no formal accusation, the press was censored…

So, the country started to live a period of no freedmon at all. Nobody could even say anything that could be considered as a criticism for the government. Repression spread all over the country and people started to be tortured with no right to defend themselves.


The government “justified” the AI-5 as a necessity to end terrorism. It was, in fact, an act to install military dictatorship with no kind of contestation.



Until the middle of the 1980s Brazil lived this long night. There is a lot of things to say about AI-5 and its consequences and we will do it in this blog, in other posts. And it all started in 1968, “that year”, you know…

A noite que durou décadas


O ministro da Justiça, Gama e Silva (à esquerda), e 
o locutor Alberto Curi anunciam o AI-5 no 
salão principal do Palácio Laranjeiras
A noite do dia 13 de dezembro de 1968 durou décadas no Brasil. Foi nessa data que o governo militar anunciou o Ato Institucional número 5 (o fatídico AI-5), que instaurou para valer a ditadura que perduraria até meados dos anos 1980.
O AI-5, em resumo, proibiu tudo: o Congresso foi fechado, mandatos foram cassados, liberdades individuais deixaram de existir. A lista de proibições não tinha fim. O governo passou a ter o direito de cassar mandatos, suspendeu direito de habeas corpus para “crimes políticos” e aconteceram centenas de prisões, de ex-presidentes da República que nada tinham de “esquerdistas”, como Juscelino Kubitschek, a ativistas políticos. A Imprensa, claro, passou a ser censurada.
A ditadura, que vinha tentando se manter “soft” (se é que é possível se imaginar uma coisa dessas) desde 1964, quando os militares derrubaram o então presidente João Goulart, deixou a máscara cair de vez. As esparsas esperanças de redemocratização ruíram e adveio a longa noite em que oBrasil conviveu com uma ditadura, vamos dizer assim, “de fato”.
O AI-5 deu salvo-conduto à repressão política e à tortura, que se espalhou principalmente a partir de 1970. Um aparelho de repressão foi montado e sua virulência fez centenas de vítimas.
Há muito o que falar sobre esse ato tristemente famoso. Este blog fará alguns posts sobre o assunto. Mas sem dúvida foi o marco, o ponto de inflexão da curva que levou o Brasil a um período muito triste de sua história. Não por coincidência, em 1968...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

The Beetle unforgettable


The Beetle became involuntarily one of the symbols of 1968 protests. In versions full of colors and strange drawings it was considered the "official car" of the hippies, for example.

Why did this happen? It is hard to know. Maybe because it was a small car, just the opposite of the "rich" models that were produced then by Ford, GM etc. Maybe because, even being small, it was a strong and economic car, what could be considered as an "anti-establishment" product.

The fact is that even today, decades after 1968, the Beetle is still a beloved car in countries like Brazil. It is not produced anymore but there is a lot of people who simply love the model and consider it as one of the most cars ever produced.

So, the Beetle is a strange case of success. No surprise when you talk about a 1968 model...