Josip Tito: o ditador "driblou" os protestos
A Primavera de Praga ficou na história como um
marco da tentativa de ruptura dos países do Leste Europeu em relação ao domínio
da União Soviética. Foi em 1968, como era de se prever. Mas os protestos contra
a situação política aconteceram também na extinta Iugoslávia. Foi o “Verão de
Belgrado”.
Os protestos se iniciaram na capital iugoslava
(Belgrado) e foram os primeiros movimentos de massa no pais desde a Segunda
Guerra. Foi no começo do inverno, no dia 2 de julho de 1968, que estudantes da
universidade de Belgrado entraram em uma greve que durou sete dias. Eles foram
expulsos pela polícia, que também reprimiu outros movimentos que aconteceram, e
se concentraram então na Faculdade de Filosofia, onde promoveram debates e
discursos pedindo justiça social – algo até então não visto em um “satélite” da
União Soviética.
Os estudantes iugoslavos, bafejados pelos ventos
que vinham de Paris e de Praga, também passaram a distribuir a revista “Student”,
que estava com circulação proibida. Além disso, protestaram contra reformar
econômicas que tinham sido anunciadas pelo governo, e que teriam provocado
aumento de desemprego.
Os protestos começaram a se espalhar pelo país,
mas o presidente Josip Tito usou de sua habilidade política para evitar uma
nova Primavera de Praga na Iugoslávia. Para isso, fez um discurso transmitido
pela TV dizendo que os estudantes estavam certos e dizendo que atenderia a
algumas das demandas dos universitários. Dessa forma, acalmou a situação do
país. Mas não fez nada do que prometeu: expulsou líderes estudantis das
universidades e do Partido Comunista. Também perseguiu professores que deram
apoio aos protestos.
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