Em 1968, pouco mais de 20 anos
depois do final da 2ª. Guerra, a Alemanha vivia um período de prosperidade
econômica. A Alemanha Ocidental, entenda-se, já que naquela época o país fora
dividido em dois, em linha com a Guerra Fria que então vigia – a parte
ocidental era “capitalista” e a oriental, “socialista”.
Pois bem, a Alemanha Ocidental
vivia um período aparentemente calmo, sob os olhares precavidos de todo o
mundo, dados os antecedentes das guerras mundiais que tiveram seu epicentro no
país. Mas 1968 foi 1968 em todo o mundo e os alemães não ficaram de fora do
furacão.
Como aconteceu em várias outras
partes do mundo, os estudantes detonaram uma onda de protestos na Alemanha. E a reação da polícia também, em linha com o
que aconteceu em outros países, foi violenta. Resultado: a Alemanha Ocidental,
que parecia imune à radicalização que se espalhava pelo mundo, também viveu um
período de protestos.
Essa onda, que começou dois anos
antes em protesto principalmente contra a presença de ex-nazistas em algumas
funções do governo, alcançou seu ponto mais alto em maio de 1968,quando
estudantes e sindicatos fizeram uma manifestação de 80 mil pessoas na capital
Bonn. Houve repressão à manifestação, pessoas ficaram feridas. Mas as
manifestações não conseguiram ganhar força, principalmente com a falta de união
entre os estudantes.
O movimento, no entanto, deixou
várias marcas. Uma delas foi uma lei aprovada quatro anos depois, que
determinava o afastamento do serviço público de pessoas contrárias a princípios
democráticos e de liberdade (numa clara alusão aos nazistas). A herança
política também foi forte: vários ministros do governo de Gerhard Schroder,
primeiro-ministro do país de 1998 a 2005, iniciaram carreira política como
líderes estudantis da época.
E há quem garanta que o
conservadorismo do atual Para Bento XVI ganhou impulso depois da reação deles
às manifestações de estudantes em 1968, na Universidade de Tubingen, onde ele
era professor de Teologia.
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