sábado, 30 de junho de 2012

1968 - O susto que veio de Praga, na Primavera


Depois do susto com a ofensiva do Tet, 1968 teve uma surpresa onde menos se esperava -- a Europa Oriental, onde prevaleciam as ditaduras fechadíssimas.

Nessa parte da Europa, predominava a paz dos cemitérios. Não havia notícias que viessem de lá que não passassem pelo crivo da censura local.

Nesse cenário, ninguém deu importância à noticia que veio da  entãoTchecoslováquia em janeiro de 1968: Alexander Dubcek assumiu o governo. Era do Partido Comunista do país, como todos os outros chefes de governo da Europa Oriental, que vivia sob o domínio (e que domínio) da União Soviética.

Mas eis que se mostra o oposto do que se via em relação a esses líderes europeus. O mundo embasbacado começou a ter conhecimento de que ele, num movimento inesperado em um ambiente de forte repressão, propôs logo de início uma série de reformas, contra o autoritarismo na política, na economia, na cultura.

O mundo tremeu -- e não só o mundo soviético. Nem o bloco mais fechado do mundo resistia à onda de mudanças de 1968.

E veio a Primavera de Praga (a capital da Tchecoslováquia). No dia 5 de abril, Alexander Dubcek lançou um amplo programa de reformas, que privilegiava a liberdade e dizia um impensável "não" ao domínio soviético.

Praga transformou-se em uma festa. A população foi em massa às ruas comemorar as medidas de Dubeck que, resumidamente, queriam dizer liberdade (ainda que limitada). O mundo assistiu ao que parecia ser uma comemoração que nunca acabava. Até a volta do Partido Social Democrata, que tinha sido extinto pelos soviéticos, foi planejada.

A festa durou pouco mais de 4 meses. No dia 20 de agosto, o exército da União Soviética invadiu a Tchecoslováquia e, à força dos tanques que tomaram Praga, acabou com aquele sonho. Houve resistência. A população não aceitou a ocupação soviética, como se vê na foto abaixo. No entanto, prevaleceu a força. Um ano depois da Primavera de Praga, Gustav Husak assumiu o poder no país, com todo o apoio da União Soviética, que afastou Dubeck.

Mas ficou o susto. O que mais poderia acontecer naquele ano, depois que o império soviético tremeu?

Foi mais uma enorme surpresa de 1968. E viria mais. Muito mais.


FOTOS

Tanques. E daí?


População tcheca "acampa" nos tanques soviéticos




Tchecos cercam tanques do Pacto de Varsóvia

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