A convenção do Partido Democrata em Chicago, nos Estados Unidos, em agosto de 1968, foi tudo menos tradicional. Realizada depois dos assassinatos de Martin Luther King, em abril, e de Robert Kennedy, em junho, e precedida por uma crescente onda de protestos contra a guerra do Vietnã, a convenção foi marcada pela violência no confronto entre a polícia e manifestantes.
Na véspera da convenção ficou claro que aquele não seria um evento como tantos outros. Um confronto transmitido ao vivo pela TV em rede nacional chocou a opinião pública. Os policiais reprimiram os manifestantes com cassetetes e bombas de gás lacrimogênro e tiveram como resposta um chuva de pedras. O maior confronto durou cerca de 20 minutos, e foi todo transmitido pela televisão.
Calcula-se que ao todo havia 10 mil manifestantes e 27 mil policiais. No dia mais violento, quase 600 pessoas foram presas e mais de 200 ficaram feridos, entre policiais e manifestantes.
Os confrontos continuaram durante os três dias da convenção. O gás lacrimogêneo foi tão utilizado que chegou a se espalhar e incomodou até Hubert Humphrey, da ala mais conservadora dos Democratas, que acabou sendo o candidato do partido na eleição presidencial -- e foi derrotado pelo ainda mais conservador Richard Nixon.
Pesquisas realizadas depois da convenção mostraram que a maioria dos americanos apoiou a repressão da polícia às manifestações. Foi um prenúncio do que aconteceria na eleição. Apesar de toda a onda de protestos que levou milhões às ruas, os norte-americanos elegeram o candidato mais conservador.
Nenhuma surpresa. Estávamos em 1968...
Abaixo, cartaz distribuído antes da convenção que dizia ironicamente: "Democratas, bem-vindos a Chicago"...
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viva o conservadorismo, pau nos comunistas
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