segunda-feira, 22 de julho de 2013

"DAY AFTER" DE 1968 PARECIA UMA DECEPÇÃO. MAS FOI UMA RETUMBANTE VITÓRIA...


Cohn-Bendit não foi um dos vencedores?
DeGaulle ganhou?




O "day after" costuma surpreender. Que o diga a eleição de Charles De Gaulle para comandar a França no final de junho de 1968. De Gaulle tinha sido, em maio daquele ano, um dos maiores alvos dos protestos estudantis que tomaram Paris, espalharam-se pelo país e acabaram por ganhar o mundo. Sua derrota era tida como certa, mas ele ganhou -- e por larga margem.

A eleição dele, no entanto, não significou uma "derrota" das manifestações de Maio de 1968 em Paris, como se poderia concluir precipitadamente. Na verdade, foi um movimento pendular que mostrou claramente: as manifestações foram demonstrações mais do que explícitas de que a insatisfação era geral na França. Mas também mostrou que a maior parcela da população, embora até apoiasse as ruidosas manifestações de maio, preferia naquele momento "pós-tudo" um pouco da segurança que De Gaulle representava.

Portanto, muito mais do que a vitória de um movimento "conservador", o "day after" de Maio de 1968 em Paris deu a impressão de que tudo aquilo tinha sido em vão. Mas o tempo mostrou que não, muito ao contrário. Grande parte do mundo repensou a política, a economia, a educação, o comportamento sexual e muito mais a partir das manifestações. E a França, assim como o mundo, nunca mais foram os mesmos. A "revolução" mudou o mundo. Não da maneira que pediam os manifestantes, mas mudou.

Ficou a lição: manifestações de massa, mesmo sem comandos específicos e com uma difusa pauta de reivindicações mudam, sim. Fazem estruturas estabelecidas tremer, provocam revisão de posturas de quem estava acomodado.

Alguém aí se lembrou da situação que estamos vivendo neste julho de 2013 no Brasil? Pois é...

Nenhum comentário:

Postar um comentário